domingo, janeiro 16, 2005

Um testemunho, dado como um post...

Não escrevo por esperar que retorne algo pra mim. Seria tanta mentira dizer que não procuro uma troca de sentimentos roubados, que quase escondo as palavras que digo debaixo do tapete do quarto. Pouco pareceria retocar o que já me diz o rosto ao lado, o emblema de algumas conversas e a significação do que não tem significado. Porque tudo que escrevo parece confuso, confesso; e no ato retrocesso, venho por meio de poucas palavras, tentar descrever o que nunca vi, apenas senti. Sinto o que mapeio voluntariamente sobre as terminações nervosas do meu inconsciente, e projeto em ti aquilo que nunca fui. Somos amigos. Eu te ouço, tu me ouves. E é como se trocássemos, por segundo, milhares de bactérias em formas de bytes. Uma sensação boa esta, sem apertos de mão, nem abraços, nem nada. Sendo conectados pela simples aglutinação das palavras. E assim, viajo por horas e horas, numa descrição tão íntima, que termino por agradecer quem sou a alguém que nunca fui.